quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sem remédio

Das dores que levo comigo
a dor do silêncio é a que mais me pesa
Essa dor carregarei pra sempre.
Ela me dói calada
sem suspiro ou sussurro qualquer
Me rói silenciosa
me mói intransigente
rasgando o peito como na carne
Latejando em conta gotas.
A dor do silêncio é irreversível
Não se volta atrás de uma trilha
traçada calada
Não se deixa rastro, nem pista
Nada se pode seguir de regresso
Não tem caminho de volta
nem mapa que aponte o remédio.
Nas noites de silêncio profundo
essa é a dor maior do mundo
Me leva o amor
me sufoca a paz
e em seu olhar, no mais fundo silêncio
Me de diz que não volta, não volta jamais.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Enquanto Espero


Enquanto espero adivinhar
o que a vida de mim espera
como um amante apaixonado e servil

A amada se mostra severa
Rainha bacante, cruel e vil
Sem tempo de espera

Porem quando me entrego a vida
Que com minutos tempera
A renda do tempo de maneira sutil

Não sou eu amante que amarga a espera
nem rainha infante que após o gozo partiu.

Sou o nada de qualquer esfera
Os pingos no is da escrita errante
A torto e a direita na curva a mil

O cansaço da nova era
o frescor do novo instante
que mais adiante sucumbiu

Sou o canto de voz rouca
paz nenhuma espera pouca
Que o amor a flor da pele sentiu

Enquanto


Porque enquanto todos dormem
Meu coração quer sair de mim
e mudar o mundo
E enquanto o mundo todo está de pé
acordado em sua gana,
Todo meu eu quer beber o sol
e adormecer no mais doce sonho
de novos dias.
E despertar para o não palpável
Para o impossível
O fugidio, o escasso.
Pois a mera escolha entre o bem e o mal
É pra mim, além de insuficiente,
Demasiadamente monótona.