segunda-feira, 13 de maio de 2013

Destempora


Ninguém hoje em dia tem tempo
de só ir no tempo do outro
Se é sabido a tempos
dos contra tempos que nos une,
ou se adianta ou não, não há tempo.
O tempo não se perde
Mas também não se espera
Ele tem seu próprio tempo
Entre tempo e espaço reverbera
o que à tempos não se pede
enquanto a vida, seu tempo mede
Por isso meu relógio é sem ponteiro
Não aponta caminho nem tempo
de tempo em tempo para
noutro tempo anda ligeiro
E eu de cá desejando uma ponte
que me atravesse
ou que me aponte
quem de nós chegou primeiro.

Cegueira


Me vejo
coração ambicioso, ganancioso, faminto por tudo viver.
Emoções atropelantes, sentimentos fundos e errantes
chegando sempre antes...coisa transbordante esse meu ser.
Sou da tribo que não dorme e que só sonha
Sou da linhagem escrava do querer.
Moro no reino da inquietude,
onde se perde se desilude e se lamenta por nunca ter
Aquele tanto de carinho.
pois em minha cama pus espinho
e de toda dúvida fiz meu ninho
Pra quem consegue tão pouco ver.
Afinal é tanto amor que não se encaixa
em uma só vida, é preciso outro pra caber
Mas vc só enxerga o aquilo que não dá pra esconder.